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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Combate ao Refluxo - por Drauzio Varella

Combate ao refluxo
Drauzio Varella 23 de setembro de 2010 às 17:17h

Entre os sintomas mais frequentes estão a azia e dores no tórax. Para prevenir, mude a alimentação e também outros hábitos

Adefinição é nebulosa: “Condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo gástrico causa sintomas e/ou outras complicações”.
Os sintomas e condições associadas à doença do refluxo podem ser classificados em dois grupos:

1. Síndromes esofágicas
Os sintomas mais comuns são: azia, regurgitação, dor à deglutição e dores no tórax. Salivação excessiva e náuseas são menos frequentes.
Há quatro condições associadas: esofagite de refluxo com erosão e necrose da mucosa de revestimento logo acima da junção com o estômago; estreitamento esofágico causado pela inflamação; esôfago de Barrett caracterizado por alterações nas células da porção terminal do órgão; e adenocarcinoma.

2. Síndromes extraesofágicas
Tosse crônica e laringite acompanhada de rouquidão e pigarro persistente, geralmente associada ao uso excessivo da voz, a irritantes ambientais e ao cigarro.

Asma (como um cofator nos casos de difícil controle das crises).
Erosão do esmalte dos dentes causada pelo conteúdo gástrico ao refluir até a boca.

Paradoxalmente, cerca de dois terços das pessoas que se queixam de refluxo, não apresentam nenhuma esofagite à endoscopia.

Por essa razão, quando os sintomas são típicos e a resposta ao tratamento é rápida não há necessidade de realizar endoscopias nem outros exames. No entanto, a maioria dos médicos opta pelo exame endoscópico para afastar as possibilidades de estreitamento esofágico, câncer ou esôfago de Barrett, condição que predispõe à malignização.
Em casos selecionados, exames mais complexos permitem avaliar a motilidade gástrica, quantificar a exposição do esôfago ao ácido e relacionar os sintomas com a periodicidade dos refluxos.
O tratamento envolve:

1. Dieta alimentar
Evitar frutas cítricas, tomates, cebolas, bebidas gasosas ou com cafeína, comidas apimentadas, gordurosas ou fritas, chocolate, café e chá.

2. Mudanças no estilo de vida
Parar de fumar.
Se houver sobrepeso ou obesidade, emagrecer.
Reduzir o consumo de álcool (especialmente vinho tinto à noite).
Evitar refeições copiosas, e só ir para a cama duas ou três horas depois da alimentação. Não deitar depois das refeições.
Nos casos em que os refluxos acontecem à noite, elevar a cabeceira da cama. Não usar roupas nem cintos apertados.

3. Medicamentos
Reduzir a acidez do suco gástrico melhora os sintomas e facilita a regeneração dos tecidos lesados pela inflamação.
Existem dois grupos de medicamentos usados com essa finalidade: os inibidores da bomba de prótons (omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, esomeprazol e outros) e os antagonistas do receptor H2 (cimetidina, ranitidina, famotidina e outros).

Os estudos mostram que os inibidores da bomba de prótons são mais eficazes tanto na cura das esofagites quanto no controle dos sintomas.
A duração do tratamento é extremamente variável. Como os sintomas tendem a se tornar crônicos, o uso prolongado é indicado em parte significante dos casos. Um estudo documentou boa eficácia e segurança dos inibidores da bomba de prótons por períodos de até 11 anos.

Os riscos potenciais do uso prolongado são: má absorção de nutrientes, pequenos aumentos do número de fraturas ósseas depois dos 50 anos de idade (má absorção de cálcio) e de gastroenterites.
Antiácidos podem ser úteis nas crises de azia que surgem apesar da medicação.

4. Cirurgia
A cirurgia clássica (fundoplicação de Nissen) é feita por laparoscopia. Nela, a parte alta do estômago é suturada ao redor da porção distal do esôfago com o objetivo de criar uma barreira antirrefluxo.
Depois de um período eufórico nos anos 90, as indicações cirúrgicas se tornaram mais restritas porque a eficácia é maior na cura da esofagite do que no controle dos sintomas. Avaliados depois de dez anos, cerca de 60% dos operados voltam a tomar medicação.

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